Sou um arco em tuas mãos, Senhor.
Dobra-me, para que eu não me deteriore.
Não me dobre demais, Senhor. Posso quebrar.
Dobra-me além da conta, Senhor, e que importa se eu quebrar?
Senhor, tu és a pessoa
mais imprevisível
que eu conheço.
Bem na hora que eu imagino
ter finalmente começado
a te entender e a descobrir quem és,
fazes algo
tão extraordinário,
tão completa e fantasticamente
inesperado,
que eu fico de novo aturdida.
Imagino saber onde te encontrar
e então, de repente, te encontro
nos lugares mais improváveis;
nos momentos mais inacreditáveis;
nas pessoas mais desconhecidas.
Imagino conhecer tua voz;
e então te ouço
na cantiga de ninar sussurrada a uma criança,
na risada discreta de um velho, no suspiro de um amante.
Imagino conhecer tua face,
e então te vejo
numa das alas de algum hospital psiquiátrico,
em algum albergue superlotado,
nas ruas, vagueando sem direção definida.
Imagino conhecer-te bem;
e então descubro
que simplesmente não te conheço.
Imagino conhecer teu amor;
e então descubro
que nem comecei a conhece-lo.
Obrigada, Senhor,
por seres imprevisível.
Obrigada por me surpreenderes,
tirando-me dos confortos da minha rotina.
Continua a ensinar-me
que és um Deus
de surpresas infinitas.
brennan manning
do livro: convite à solitude.
do livro: convite à solitude.
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